Seleção pega a República Dominicana às 19h na semifinal da Copa América, que vale vaga nos Jogos de Londres e fim de jejum que se arrasta desde 1996
Há 15 anos, era outro mundo. Um ET assustava a pequena Varginha, vacas loucas assustavam refeições na Inglaterra. Kobe Bryant era um calouro na NBA, William Bonner era um calouro na bancada do Jornal Nacional. O punk dos Ramones se despedia dos palcos, o pop de Shakira se apresentava ao planeta. E o basquete masculino do Brasil ainda se orgulhava de pisar no solo mais nobre do esporte mundial. De lá para cá, a modalidade mergulhou num jejum amargo. Depois de atravessar quatro ciclos olímpicos e 140 mil horas de frustração, serão apenas duas na noite deste sábado. Duas horas de bola quicando para recuperar o orgulho.
Às 19h, a seleção brasileira enfrenta a República Dominicana na semifinal da Copa América de Mar del Plata. Simples assim: quem vencer garante a vaga nos Jogos de Londres-2012, e quem perder cai na enrascada da repescagem no ano que vem. O SporTV transmite a partida decisiva ao vivo, e o GLOBOESPORTE.COM acompanha todos os lances em Tempo Real. Na sequência, às 21h15m, a segunda classificação olímpica será disputada por Argentina e Porto Rico.
Após ser barrado na porta nos três Pré-Olímpicos anteriores, o Brasil chega ao duelo deste sábado com uma força que não tinha desde a última participação nos Jogos, em Atlanta-1996, ainda com a geração de Oscar Schmidt. Na primeira fase em Mar del Plata, é verdade, o único tropeço foi diante dos dominicanos. Dali em diante, contudo, a equipe de Rubén Magnano cresceu, bateu a Argentina com autoridade, atropelou Porto Rico e chega completa à semifinal decisiva. O rival, que perdeu o armador Sosa com uma fratura exposta na perna direita, caiu de rendimento na reta final da segunda fase e, segundo seu próprio técnico, John Calipari, entra em quadra como azarão.
Brasil: A classificação para os Jogos de Londres-2012 e o fim de um jejum de 16 anos fora das Olimpíadas, incluindo as edições de Sydney-2000, Atenas-2004 e Pequim-2008. Na prática, é a última chance de uma geração que vem lutando por esse objetivo há mais de uma década. E seria a consagração do trabalho do argentino Rubén Magnano, que assumiu a seleção em 2010.
República Dominicana: Uma vaga histórica para um país que jamais levou seu basquete aos Jogos Olímpicois. Seria um grande feito para o técnico John Calipari, famoso no circuito universitário dos Estados Unidos, e para jogadores
como Al Horford, Francisco Garcia, Charlie Villanueva (os três da NBA) e Jack Michael Martínez..Tiago Splitter, pivô do Brasil: “A gente vai jogar o jogo. Não passa pela minha cabeça querer fazer uma atuação histórica. O que eu quero é ganhar. Obviamente, se eu jogar bem, bem-vindo seja. E essa é a mentalidade de todos. Todo mundo quer tirar esse peso das costas e conseguir essa vaga. Vai ser o jogo mais importante não só da minha vida mas de todos os jogadores.”
Guilherme Giovannoni, ala-pivô do Brasil: “A gente sabe que é um jogo decisivo, e é claro que tem um peso diferente. Ansiedade vai ter tanto para a gente como para eles. Agora é tentar controlar um pouco isso. Com certeza é um dos jogos mais importantes da minha vida. Só não podemos deixar que isso seja uma pressão extra.”
Marcelinho Huertas, armador do Brasil: “Acredito no trabalho que a gente está fazendo. Tudo que está acontecendo é por méritos próprios, essa ambição de voltar a ser grande e jogar uma edição de Olimpíadas. É importante para a imagem de todos nós, para o esporte brasileiro, para a criançada que está crescendo. Muita gente hoje bota fé no Brasil.”
John Calipari, técnico da República Dominicana: “Nunca estivemos em Olimpíadas. E mais que isso, nunca chegamos nesse estágio, nunca jogamos essa partida decisiva. Agora, é claro que temos um bom time, e temos bons jogadores que estão jogando de forma coletiva. Se nos comportarmos dessa maneira, temos uma chance. Não somos os favoritos, mas temos uma chance. Quando começamos tudo isso, o objetivo era chegar a esse ponto.”
Edgar Sosa, armador da República Dominicana, fora do jogo decisivo: “Estamos a 40 minutos de Londres e confio que os rapazes vão colocar o coração para vencer o Brasil. Nós temos o talento necessário para isso.”
4º, 7º e 6º - Foram as colocações do Brasil nos três últimos Pré-Olímpicos, respectivamente em Las Vegas-2007, San Juan-2003 e San Juan-1999. A última classificação para os Jogos foi em Neuquén-1995, com um terceiro lugar – por coincidência, também na Argentina, palco da Copa América deste ano.
55,6% - É o aproveitamento de Vitor Benite nos chutes de três, o segundo melhor do campeonato, atrás apenas do argentino Pablo Prigioni.
3 – São as vagas em jogo no Pré-Olímpico Mundial para os perdedores das semifinais deste sábado. Disputam o torneio três seleções das Américas (os perdedores das semis e a Venezuela), quatro da Europa, duas da Ásia, duas da África e uma da Oceania
2 – São os esportes coletivos da República Dominicana que já foram às Olimpíadas: o beisebol (1984 e 1992) e o vôlei (2004).
1978 – Foi o ano da única participação da Dominicana em Mundiais de basquete, momento mais relevante da modalidade no país.
1978 – Foi o ano da única participação da Dominicana em Mundiais de basquete, momento mais relevante da modalidade no país.
Marcelinho Huertas, Alex, Marquinhos, Guilherme Giovannoni, Tiago Splitter, Rafael Luz, Vitor Benite, Marcelinho Machado, Augusto Lima, Rafael Hettsheimeir, Caio Torres e Nezinho. | Luis Flores, Francisco Garcia, Charlie Villanueva, Jack Michael Martínez, Al Horford, Ronald Ramon, De La Cruz, Lara, García, Sanchez e Baez. |
Técnico: Rubén Magnano | Técnico: John Calipari |
Sábado, 10 de setembro de 2011, às 19h | |
Ginásio Poliesportivo Ilhas Malvinas, Mar del Plata, Argentina | |
Capacidade: 8.500 torcedores |
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